É fácil
verificar que estudantes, e até mesmo escritores, não sabem usar bem os
pronomes relativos. Geralmente seus textos aparecem eivados de que. É o caso do esquecido relativo cujo, praticamente
em desuso na língua portuguesa por desconhecimento de quem escreve.
Esse pronome nunca
liga termos idênticos e indica posse. Exemplos:
Devemos socorrer João, cuja casa se incendiou. (a casa do qual);
A mala, cuja a chave se perdeu, não será usada (a chave da qual);
A parede, cuja pintura estragou, deve ser enfeitada (a pintura da qual).
Logo, o relativo cujo liga sempre termos diferentes, sendo que o antecedente tem a posse do consequente.
Assim, o cujo tem que:
- possuir antecedente diferente do conseqüente;
- pode se converter em do qual, da qual, dos quais, das quais;
- indicar posse.
São construções corretas, porém em desuso no português: não
sei cujo é este livro; Cuja é esta casa? – empregadas
normalmente em latim.
Cuidados com emprego de cujo:
- Cujo exige preposição quando o verbo pedi-la:
a) O
homem em cuja casa estivemos. (se
estivemos, estivemos em);
b) A
moça de cuja casa eu vim. (venho de algum lugar);
c) A
pessoa cuja a casa fui. (fui a).
- Cujo não exige preposição quando for em função de VTD:
a) O
homem cujo filho conheço. (conhecer
– Verbo Transitivo Direto).
b) O
papel, cujo bordados dobrei (dobrar
– VTD).